terça-feira, 15 de abril de 2014

“Quando você muda o pensamento a dor muda.”



                                             
“Quando você muda o pensamento a dor muda.”

Essa foi uma das frases que mais nos atingiu e mais nos fez pensar.  O encontro do dia 08 de abril de 2014, próximo ao lago da Praça da República, foi de fato um inesperado presente.
A frase acima foi dita por José Pereira, 31 anos, natural de Natal – RN. Cabelos negros, lisos. Pele queimada dos sóis brasileiros. Olhos como duas grandes nozes inclinadas no rosto nordestino.  
Sua solidão era para nós um convite.
Antes de nossa chegada uma dor de dente incomodava imensamente José. No decorrer da conversa a afirmação dita como um fato sem importância: “Quando você muda o pensamento a dor muda.” A dor de dente foi brevemente esquecida.  
Andarilho. Caçula de três irmãos.  De passagem por São Paulo contava os dias para a próxima aventura: a cidade maravilhosa, seu destino favorito. Rio de Janeiro há muito ganhou o coração do simpático homem.
Despretensiosa e bastante sincera, a troca dessa marcante experiência foi pautada com assuntos diversos: falamos sobre teatro, família, amigos, morar nas ruas, perigos, morte, religião, copa, política, homossexualidade. José se colocava numa posição coerente, consciente e respeitosa face a esses assuntos. Seu único vício é o álcool. Sua solidão é uma escolha, ele prefere não se envolver com dependentes de drogas químicas.
Descobrimos suas ocupações anteriores : tatuador, baterista e reparador de ar condicionado.
Durante aquele encontro, sentados na beira do lago ao lado de José, estávamos disponíveis para escutar, compartilhar estórias e principalmente interromper o nosso cotidiano, oferecendo nosso tempo e nossa atenção àquela pessoa que, como tantos outros que moram na rua, passam despercebidos pela maioria. Até por nós mesmos.
Uma simples pergunta como “Qual o seu nome? De onde você é?” é um ponto de partida para a gente se olhar de fato,  com a mente aberta e sem nenhum preconceito.
Nas ruas moram e transitam as histórias mais surpreendentes que sequer imaginamos!

Felipe Dias 
Rita Couto

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