A gente nunca sabe o que o outro precisa.
Mas saber, a gente não sabe.
A gente pergunta, a gente tenta, a gente inventa.
Algumas pessoas passam pela nossa vida, mesmo como figurantes. E nós tentamos descobrir o que elas precisam. Como podemos fazer ali uma papel maior do que a do passante que não repara. Nem sempre, no entanto, é possível descobrir.
Frustrante ou não, uma outra lição é aprender a respeitar o espaço do outro. Sem saber porquê uma conversa ou um abraço foi rejeitado, temos que aprender a ir embora, resguardar quem prefere ser resguardado.
Algumas vezes, sair às ruas é assim. Não encontramos como, nem onde ajudar. Não encontramos quem nos ajude tampouco. E o respeito pela vontade do outro é maior.
Um escritor visto diariamente na Consolação não quis nenhum tipo de aproximação. Nossas lombrigas loucas pelos textos alheios reviraram nossos estômagos cheios.
O Robinson, catador de latinhas, também não quis papo. Só insistiu em que fôssemos conhecer sua amiga, que com certeza era minha mãe de tão parecidas que somos. É o jeito, a fisionomia!
A gente nunca sabe o que o outro precisa.
A gente tenta, a gente inventa.
E parte do processo é, às vezes não chegar lá.
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